Por Marcello Sampaio – Direto da Redação | GVPCom News
O cantor Wesley Safadão foi um dos grandes destaques do São João Massayó 2025, promovido pela Prefeitura de Maceió. Com o maior cachê do evento, avaliado em R$ 1,2 milhão, Safadão protagonizou um momento que movimentou o cenário político local. Durante sua apresentação na última quarta-feira (25), o artista chamou o prefeito João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, de “futuro governador” e, em tom de empolgação, declarou: “Eu te amo, caralho”.
Ao longo do show, que durou cerca de 1 hora e 40 minutos, Wesley Safadão mencionou e agradeceu o prefeito em pelo menos outras quatro ocasiões, demonstrando proximidade e admiração pelo gestor municipal.
JHC é apontado como um dos nomes mais fortes para disputar o Governo de Alagoas em 2026. Para viabilizar sua candidatura, ele precisará deixar a prefeitura até abril do próximo ano, conforme determina a legislação eleitoral.
Contrato milionário e polêmico
De acordo com dados publicados no Diário Oficial de Maceió, o cachê de Wesley Safadão foi o mais elevado entre as atrações contratadas para o São João 2025. Os contratos foram firmados por inexigibilidade de licitação, prática comum para shows de grandes artistas, mas que frequentemente gera questionamentos sobre os valores pagos com dinheiro público.
O tema não é novo em Alagoas. Em 2022, a Justiça cancelou um show do cantor em Viçosa, que custaria R$ 600 mil, por considerar o valor incompatível com as necessidades básicas da população. Desta vez, o valor pago pela apresentação em Maceió foi o dobro daquele registrado na ocasião anterior.
A Prefeitura defendeu a contratação, ressaltando que Wesley Safadão é um dos maiores nomes da música brasileira e que sua apresentação atraiu um público superior a 120 mil pessoas no Pátio do Jaraguá, gerando impacto positivo no setor hoteleiro, com ocupação acima de 80% na data do evento.
Resposta da prefeitura
Em nota oficial, a administração municipal afirmou que não interfere nas falas dos artistas no palco: “A prefeitura de Maceió não faz qualquer tipo de recomendação nem exerce controle sobre as falas em palco”, declarou. A gestão não comentou diretamente o valor do cachê.
A assessoria de Wesley Safadão, por sua vez, informou que não tem informações sobre o tema.
O pagamento de altos cachês com recursos públicos tem sido alvo de fiscalização por órgãos de controle, especialmente o Ministério Público, que investiga possíveis excessos em contratações desse tipo em diferentes municípios do país.