Por Marcello Sampaio | Especial para GVPCom News
O caso de João da Silva Santos, que durante quase dois anos apenas batia o ponto e ia embora, causou revolta. Mas apurações da reportagem mostram que esta não é uma situação isolada.
Depoimentos de funcionários e moradores revelam que esse tipo de “servidor fantasma presencial” pode estar espalhado por toda a prefeitura.
“É UMA CULTURA SILENCIOSA”
“Infelizmente, virou rotina… ninguém cobra nada,” denuncia um funcionário de outra secretaria que pediu sigilo.
Fica evidente a omissão dos gestores e a falha dos controles, que permitem o ponto eletrônico virar um “ritual vazio”.
IMPACTOS PARA A CIDADE
Entidades da sociedade civil e comércio local apontam prejuízos diretos:
“Faltam fiscais na saúde e educação… tem gente recebendo pra não fazer nada”, disse André Luiz Ribeiro, líder de associação de bairro.
“O dinheiro que deveria circular na economia sustenta ineficiência”, afirmou Claudinéia Batista, proprietária de papelaria.
ESPECIALISTAS PODEM AJUDAR COM SOLUÇÕES
Para o advogado Guilherme Serra, especialista em direito administrativo:
“Serve de alerta: ponto eletrônico não pode ser controle vazio. É preciso indicadores, relatórios de produtividade e automação no sistema.”
A leniência diante dos casos estimula novas fraudes — com servidores indisciplinados muitas vezes sendo “remanejados” em vez de responsabilizados.
PROPOSTAS DE MUDANÇA
A prefeitura planeja implementar controle com georreferenciamento, alertas automáticos e integração com avaliação de produtividade, embora haja resistência.
Além disso, a Câmara estuda a criação de uma CPI dos Pontos Fantasmas, para investigar o alcance do problema.
UM SINTOMA DE CRISE MAIOR
O escândalo de Santos expõe um problema institucional: milhares de servidores sérios têm sua imagem prejudicada por poucos que se aproveitam do sistema.
A sociedade, o MP, o Judiciário e órgãos de controle precisam agir com firmeza — não apenas contra um funcionário, mas contra uma cultura permissiva e conivente.
Série especial de Marcello Sampaio para GVPCom News
