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Durante a campanha municipal de 2024, o então candidato Gustavo Botogoski apresentou-se como voz da mudança, pregando valores de combate à corrupção e buscando o apoio do eleitorado de direita, especialmente dos bolsonaristas. O carisma da vice, Tati Assuiti — que já havia disputado outras eleições — foi fundamental para a vitória da chapa.

Entretanto, a prática logo se mostrou distante do discurso. Apenas quatro dias antes da eleição, dirigentes partidários que não faziam parte da composição inicial da campanha foram chamados para negociações. O partido Rede Sustentabilidade, que até então estava do lado oposto, conquistou espaços na Prefeitura: a presidente municipal da legenda ocupa um cargo técnico na Secretaria do Trabalho, enquanto a secretária-geral do partido exerce função técnica na Secretaria da Agricultura.

Casos semelhantes também se repetem. O partido do vereador Gilmar Lisboa, PT, tem um filiado ocupa posição de diretor na Secretaria de Esportes. O Avante, aliado formal, e o Solidariedade — partido de origem sindical — também se somaram à base de um governo que se elegeu com discurso de direita, criando um cenário político confuso e contraditório.

Além disso, contratos milionários seguem sendo alvo de questionamentos. O serviço de coleta de lixo, que poderia ter contado com maior concorrência, foi fechado de forma contestada. Outro exemplo polêmico está na contratação artística para a Marcha para Jesus, que, embora seja um evento organizado por igrejas evangélicas, contou com recursos da Prefeitura para pagar um cachê de dupla sertaneja de grande renome, sem necessidade de licitação.

Araucária, uma das três cidades mais ricas do Paraná e a quinta no Brasil em arrecadação, poderia optar por soluções próprias e mais transparentes, como a criação de uma secretaria municipal de limpeza urbana, ao invés de seguir por caminhos que levantam dúvidas.

A contradição que mais chama atenção, porém, é o fato de partidos que disputaram a eleição contra Gustavo Botogoski — como o Rede — hoje estarem entre os principais beneficiados na gestão, reforçando a percepção de que o “toma lá, dá cá” continua ditando o rumo da política local.

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Editorial – A mudança prometida ficou no discurso?

Por Marcello Sampaio – Especialista em Políticas Públicas

Araucária vive hoje um paradoxo. A população votou pela mudança, acreditou em promessas de renovação e combate à corrupção, mas assiste, menos de um ano após as eleições, a uma composição política que reúne esquerda e direita em uma mistura confusa, onde os interesses parecem estar acima das convicções ideológicas.

O prefeito Gustavo Botogoski, pessoa vista por muitos como diferenciada e de credibilidade, corre o risco de ter sua imagem associada a velhas práticas políticas. Afinal, como explicar que partidos que concorreram contra a sua chapa hoje ocupem cargos estratégicos em sua gestão?

A população, sobretudo as comunidades mais carentes, segue à margem, aguardando por empregos e oportunidades, enquanto contratos questionáveis são firmados e alianças improváveis se consolidam.

A pergunta que fica é: onde está a mudança? O poder não pode se sobrepor ao compromisso assumido com os cidadãos. Araucária merece mais transparência, mais responsabilidade e, acima de tudo, mais respeito.

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