Por Marcello Sampaio
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O Athletico Paranaense está novamente no centro das atenções — desta vez, por causa de uma proposta milionária que pode mudar o nome de seu estádio. A Arena da Baixada, atualmente nomeada Ligga Arena, pode ser rebatizada como Fatal Model Arena, em alusão a um dos maiores sites de acompanhantes do Brasil.
A empresa teria oferecido cerca de R$ 250 milhões por um contrato de naming rights válido por 15 anos e 7 meses, começando em junho de 2025 e com término previsto para dezembro de 2040. A proposta representa um valor mensal aproximado de R$ 1,3 milhão, o que, se confirmado, seria um dos maiores acordos de nomeação de estádios do país.
A diretoria do Furacão já rompeu o contrato com a Ligga Telecom, até então detentora dos naming rights da arena. A justificativa oficial é o atraso nos repasses financeiros. A empresa de telecomunicações, por sua vez, emitiu nota dizendo-se surpresa e garantiu estar mantendo conversas com o clube “de forma respeitosa e responsável”.
Com o impasse, o Athletico retirou o nome comercial do estádio de suas comunicações oficiais e abriu espaço para negociar com outras marcas — e foi aí que surgiu a proposta da Fatal Model.
A possível mudança provocou uma enxurrada de opiniões nas redes sociais, nas ruas de Curitiba e nos bastidores do futebol nacional. Para uns, trata-se de uma jogada ousada de marketing; para outros, uma afronta à moral pública e à tradição esportiva.
“O Athletico sempre foi vanguarda em várias áreas, inclusive na gestão. Mas dar nome de site de acompanhantes à arena pode manchar a imagem do clube, principalmente junto a patrocinadores mais conservadores e a famílias que frequentam o estádio com crianças”, diz Márcio Oliveira, publicitário e torcedor atleticano há 25 anos.
Por outro lado, há quem veja a questão com pragmatismo. “É uma marca que paga. E, sendo realista, o futebol é movido a dinheiro. A proposta é muito vantajosa. Melhor do que ter estádio com nome de banco que lucra em cima do povo”, afirma Daniela Lopes, estudante de economia e sócia do clube.
A polêmica chegou a setores da sociedade civil. Para a professora de Ética e Comunicação da UFPR, Luciana Mello, a discussão ultrapassa o campo comercial. “É preciso entender que naming rights também constroem narrativas. A arena carrega a história do clube, da cidade. Quando o nome de um espaço esportivo — com função social e cultural — é vinculado a uma empresa do ramo adulto, a mensagem enviada à sociedade precisa ser debatida com cuidado”.
A Ativista Camila Rosa, ligada a projetos de proteção à infância, também comentou o caso. “Não somos contra o Athletico buscar recursos. Mas é necessário que se avaliem os impactos disso no cotidiano da cidade, na formação de jovens torcedores e na imagem institucional de Curitiba. Imagine crianças jogando futebol no ‘Fatal Model Arena’. É esse o imaginário que queremos fortalecer?”
Na frente da Arena da Baixada, a reportagem ouviu torcedores que se reuniam para comprar ingressos da próxima partida.
José Carlos, de 62 anos, sócio desde os tempos do antigo estádio Joaquim Américo, demonstrou incômodo. “A gente lutou tanto pra ver o clube onde está hoje… campeão da Sul-Americana, respeitado. Agora vem esse nome que ninguém pode nem falar direito em casa. Vai ficar feio.”
Já Renan Félix, de 19, discorda. “Prefiro isso a ver o estádio com nome de empresa que não paga. Se o dinheiro for bem usado, que venham os R$ 250 milhões. Quem vai ao estádio quer ver futebol, não discutir moral.”
Não é a primeira vez que a empresa tenta entrar no universo esportivo. Em 2023, ela ofereceu R$ 200 milhões para nomear o Esporte Clube Vitória, da Bahia, como Fatal Model Vitória. A proposta foi rejeitada pelos sócios. Houve também especulação de compra do nome do Barradão, estádio do clube baiano, mas a negociação não avançou.
Desta vez, o Athletico parece mais receptivo — embora o clube ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre a proposta da empresa do setor adulto. A negociação, segundo fontes próximas à diretoria, estaria em estágio avançado.
A proposta bilionária e polêmica impõe ao clube um dilema que vai muito além das finanças. Entre preservar sua imagem institucional e garantir um contrato milionário, o Athletico terá que escolher com sabedoria — ciente de que qualquer decisão poderá reverberar por anos na sua história.
Matéria por Marcello Sampaio
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