Por Marcello Sampaio – Editorial Saúde
Durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (13), em Foz do Iguaçu, o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, emitiu um alerta grave sobre o avanço dos casos de doenças respiratórias no Paraná. O principal fator apontado pelas autoridades de saúde é a baixa adesão da população à vacinação contra a Influenza, especialmente entre crianças, gestantes e idosos — grupos considerados de maior risco.
“A vacina contra a gripe está disponível em todos os 399 municípios do estado, é segura e altamente efetiva para evitar internações e reduzir o risco de morte. Não impede totalmente a infecção, mas diminui consideravelmente a gravidade da doença”, afirmou o secretário.
Linha do tempo da situação
- Janeiro de 2025:
O Paraná inicia oficialmente a campanha de vacinação contra Influenza, com doses gratuitas disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). - Primeiro semestre de 2025:
Os números de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) começam a subir, com o vírus Influenza A assumindo o protagonismo em 40% dos casos. - Maio de 2025:
Apesar de mais de 2,5 milhões de doses já aplicadas, a cobertura vacinal continua abaixo da meta de 90% estipulada para os grupos prioritários. - Sexta-feira, 13 de junho de 2025:
O secretário Beto Preto, em Foz do Iguaçu, faz um apelo direto à população durante coletiva de imprensa, destacando a gravidade do cenário.
Os números que preocupam
Dados atualizados da Secretaria de Estado da Saúde mostram a dimensão da crise:
- Total de internações por SRAG em 2025: 12.011 casos
- Total de óbitos registrados: 598 mortes
- Causas confirmadas:
- Influenza A: 1.379 casos
- Covid-19: 560 casos (hoje representa menos de 1% dos casos respiratórios)
- Outros vírus respiratórios: 3.043 casos
- Casos em investigação: 2.096
A cobertura vacinal segue abaixo do esperado:
- Crianças: 35,25% vacinadas
- Gestantes: 31,76% vacinadas
- Idosos: 47,16% vacinados
Em Foz do Iguaçu, o cenário é ainda mais delicado. Um levantamento feito no Hospital Municipal revelou que, das 250 crianças internadas por doenças respiratórias neste ano, apenas 18 estavam vacinadas contra a gripe.
Relatos da linha de frente
Profissionais da saúde que atuam diretamente no atendimento relatam um cenário de sobrecarga nas unidades hospitalares.
“Estamos vendo um aumento expressivo de internações pediátricas. Muitas dessas crianças sequer tomaram a vacina contra Influenza, o que certamente poderia ter evitado parte dessas hospitalizações”, explicou a enfermeira Carla Mendes, do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu.
O infectologista Dr. Paulo Lins também comentou o avanço do vírus sincicial respiratório (VSR), que atinge principalmente bebês e crianças pequenas:
“O VSR não possui vacina disponível na rede pública, por isso a vacinação contra Influenza torna-se ainda mais importante, pois ajuda a reduzir o volume de internações e libera leitos para atender esses casos de maior complexidade.”
O apelo das autoridades
Diante do avanço das doenças respiratórias, o secretário estadual voltou a pedir à população que procure os postos de vacinação o quanto antes.
“O tempo está passando e o vírus continua circulando. A cada dia sem imunização, aumenta a possibilidade de complicações e óbitos. Estamos com as vacinas disponíveis e precisamos que as pessoas façam sua parte”, concluiu Beto Preto.
Conclusão
Com o inverno se aproximando e o aumento da circulação viral, o Paraná enfrenta um dos períodos mais desafiadores do ano para o sistema de saúde. A vacinação, segundo especialistas, continua sendo a principal barreira de proteção para evitar internações, complicações e mortes evitáveis.
Marcello Sampaio
Editorial Saúde – GVPCom News
