Por Marcello Sampaio — GVPCom News | Coluna Política e Cidadania
A crise no abastecimento de água em Araucária, registrada entre os dias 31 de maio e 3 de junho, ganhou novos desdobramentos na esfera judicial. Após ação popular movida pelo vereador Fábio Pavoni (PV), a Justiça do Paraná determinou que a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) preste esclarecimentos formais e detalhados sobre a falha no fornecimento, que deixou milhares de moradores sem água durante quase três dias consecutivos.
A decisão foi proferida nesta segunda-feira (9) pela juíza Fabiane Kruetzmann Schapinsky, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Araucária. A magistrada acatou o pedido do parlamentar, que cobrou transparência, responsabilidade e respeito ao consumidor diante do que classificou como “omissão e falta de comunicação adequada por parte da empresa”.
Abastecimento interrompido e indignação popular
Durante o período crítico, vários bairros de Araucária enfrentaram falta total de água. Segundo moradores, o desabastecimento chegou a durar até 72 horas, afetando residências, estabelecimentos comerciais, escolas e até mesmo unidades de saúde.
“Ficamos sem água nem para o básico. Tive que recorrer a parentes e vizinhos para conseguir encher baldes e manter o mínimo de higiene em casa”, relatou a dona de casa Carla Souza, moradora do bairro Capela Velha. “Ainda bem que o vereador Pavoni teve coragem de enfrentar essa situação e buscar nossos direitos”, completou.
Nas redes sociais e canais de atendimento da prefeitura e do gabinete do vereador, centenas de reclamações foram protocoladas, demonstrando a extensão da insatisfação da população com a falta de posicionamento oficial por parte da Sanepar.
O papel do vereador Fábio Pavoni
Diante da avalanche de queixas e do impacto social, o vereador Fábio Pavoni ingressou com a ação popular solicitando medidas concretas. Segundo ele, a falta de planejamento e a ausência de comunicação oficial agravaram a situação dos moradores.
“Não podemos normalizar o descaso com um serviço essencial como o abastecimento de água. O cidadão merece respeito e transparência. Buscamos a Justiça porque a população ficou à mercê do improviso”, declarou Pavoni, que tem se destacado por fiscalizações rigorosas de contratos públicos e serviços essenciais no município.
Moradores também fizeram questão de manifestar apoio à atuação do parlamentar. “Se não fosse o vereador Pavoni, ninguém da Sanepar ia ser cobrado. É preciso ter políticos assim, que vão atrás da solução e dão voz ao povo”, destacou o comerciante José Valério, do bairro Iguaçu.
As exigências judiciais
Na decisão, a Justiça exige que a Sanepar apresente, dentro do prazo legal:
- As causas técnicas detalhadas das interrupções ocorridas;
- Relatório preciso da duração de cada período de desabastecimento;
- Explicação sobre a possibilidade de novos cortes de fornecimento;
- As providências adotadas para informar previamente os moradores;
- As ações emergenciais implementadas para mitigar os impactos durante o período crítico.
A juíza ainda alertou que, caso seja comprovada eventual negligência, a Sanepar poderá ser responsabilizada judicialmente e sujeitar-se a sanções, incluindo indenizações por eventuais danos coletivos.
A Sanepar permanece em silêncio
Até o fechamento desta reportagem, a Sanepar ainda não havia emitido qualquer nota oficial em resposta à decisão judicial nem explicou as causas exatas da falha no sistema de abastecimento de Araucária.
A população, por sua vez, aguarda um posicionamento transparente e efetivo. “O que queremos não é só que o problema seja resolvido agora, mas que não volte a acontecer. E que haja respeito. Pagamos pela água, mas ficamos na mão quando mais precisamos”, afirmou a moradora Luciana Moreira.
Fiscalização continuará, diz vereador
O vereador Pavoni afirmou que seguirá acompanhando de perto todo o processo de apuração e exigirá total responsabilização da empresa, caso sejam constatadas falhas administrativas.
“Não é apenas uma questão de falta de água, é uma questão de dignidade. Continuarei fiscalizando, junto com o Ministério Público, para que o cidadão araucariense não precise mais passar por essa situação absurda”, finalizou.
Reportagem: Marcello Sampaio
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