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Por Marcello Sampaio – Jornalista Investigativo | Especialista em Políticas Públicas


Um contrato milionário no lixo da incompetência

Oito meses de governo e Araucária já protagoniza um escândalo de proporções gigantescas. O prefeito Gustavo Botogoski autorizou, por meio de dispensa de licitação, um contrato emergencial de R$ 7.202.968,32 para manter a coleta de lixo no município.

A medida, oficializada pelo processo administrativo nº 126.701/2025 e dispensa nº 110/2025, foi assinada em 2 de setembro pelo secretário de Meio Ambiente, Thiago Melo. Tudo feito às pressas, em clima de “corre-corre”, para evitar que o lixo tomasse as ruas da cidade.

Mas a pergunta é inevitável: isso é emergência, esperteza ou amadorismo administrativo?


O que a lei não permite – e a Prefeitura ignorou

A Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133/2021) é clara: dispensa de licitação só pode ocorrer em casos excepcionais e imprevisíveis, como desastres naturais ou colapso repentino.

A coleta de lixo, no entanto, é um serviço contínuo e previsível. O contrato poderia (e deveria) ter sido licitado com antecedência.

Ao ignorar esse ponto, a gestão de Araucária abre espaço para acusações de:

  • Improbidade administrativa;
  • Dano ao erário;
  • Desvio de finalidade;
  • Sanções pessoais ao prefeito e secretários envolvidos.

Ministério Público e Tribunal de Contas de olho

  • O Ministério Público do Paraná (MP-PR) deve abrir investigação para apurar se houve irregularidade na dispensa de licitação e se a emergência foi fabricada pela incompetência da gestão.
  • O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) pode aplicar multas pessoais, suspender pagamentos e até declarar ilegalidade do contrato.

A voz da revolta

Moradores indignados:
“Isso é brincar com a cara da gente. R$ 7 milhões sem licitação? Cadê a transparência? Parece que querem jogar o nosso dinheiro no lixo”, criticou Dona Marlene, moradora do Capela Velha.

Comércio revoltado:
“Se um empresário não planeja, quebra. Na Prefeitura, a falta de planejamento custa milhões e quem paga é o povo. Isso é vergonhoso”, desabafou José Carlos, comerciante do Centro.

Setor empresarial atento:
“O problema não é contratar empresa, é não abrir concorrência. Isso gera suspeita de favorecimento e mantém custos altos. Falta seriedade”, avaliou Ricardo Fernandes, representante empresarial.


EDITORIAL – ARAUCÁRIA REFÉM DO IMPROVISO

Por Marcello Sampaio – Especialista em Políticas Públicas

O caso da coleta de lixo em Araucária é um retrato da incompetência administrativa. Um serviço essencial e previsível foi tratado como emergência para justificar uma contratação milionária às pressas.

Isso não é gestão. Isso é improviso.
Não é transparência. É obscuridade.
Não é eficiência. É amadorismo disfarçado de emergência.

O escândalo do lixo expõe a verdadeira sujeira: a incapacidade de planejar e a irresponsabilidade com o dinheiro público.

Cabe ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas agir com rigor. A cidade não pode continuar sendo refém de contratos de gabinete, sem concorrência e sem respeito ao cidadão.

Araucária merece mais que isso. Merece governo sério, preparado e transparente.

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