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Por Marcello Sampaio – Direto da Redação Política / GVPCom News

O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (Sismmar) enfrenta uma das mais graves crises de sua história. Quatro funcionárias administrativas acusam a atual diretoria de violar uma série de direitos trabalhistas, além de relatar episódios de assédio moral e, em um dos casos, assédio sexual.

Diante da gravidade das denúncias, o Sindicato dos Empregados em Entidades Sindicais Profissionais do Estado do Paraná (Sesocepar) acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT), que já realizou uma primeira audiência de mediação no dia 5 de junho. Entretanto, a diretoria do Sismmar refutou boa parte das acusações e, até o momento, não houve acordo.

Denúncias trabalhistas

As funcionárias relatam que, inicialmente, não recebiam o piso salarial mínimo, sendo necessário o acionamento do sindicato que as representa para garantir o direito. Mesmo após a correção, o Sismmar teria se recusado a implementar a equiparação salarial com as funcionárias mais antigas.

Além disso, algumas trabalhadoras alegam que acumulam funções sem o devido reconhecimento financeiro, como no caso de uma funcionária lotada no setor de comunicação. Elas também denunciam jornadas excessivas, ausência de pagamento correto de horas extras e desvio de função.

Em entrevista exclusiva ao GVPCom News, uma das funcionárias afirmou:

“Lutamos durante meses pelo cumprimento da lei. Mesmo depois de reconhecido o direito ao piso, continuamos sem a equiparação salarial. Não temos sequer um canal transparente de diálogo com a diretoria.”

Clima de assédio moral

As denúncias de assédio moral dão conta de um ambiente hostil, com práticas humilhantes, punições veladas e ameaças constantes. Segundo relatos, a situação teria piorado após as trabalhadoras reivindicarem seus direitos salariais.

Atualmente, quatro funcionárias estão afastadas por problemas de saúde mental, incluindo crises de ansiedade e episódios de desmaios dentro da sede do sindicato.

Uma das trabalhadoras afastadas relatou ao GVPCom News:

“O ambiente se tornou insustentável. Existe um medo constante de retaliação e humilhações diárias. Precisamos nos afastar para preservar nossa saúde mental.”

O sindicato que representa essas trabalhadoras ainda apontou que houve pelo menos sete episódios em que a diretoria omitiu socorro a funcionárias em crise dentro da sede sindical.

Acusação de assédio sexual

A denúncia mais grave envolve o assédio sexual sofrido por uma das funcionárias por parte de um diretor do Sismmar. As investidas teriam ocorrido ao longo de oito meses, até que a diretoria afastou o acusado, supostamente para não expor a imagem da entidade.

Após a saída do dirigente, a vítima registrou um boletim de ocorrência no dia 15 de maio e obteve medida protetiva da Justiça, que obriga o agressor a manter distância dela.

A trabalhadora, em depoimento ao GVPCom News, declarou:

“Além da violência que sofri, senti que a entidade optou por proteger o agressor. Durante um ato em frente à Prefeitura, fui impedida de participar para que ele pudesse discursar ao microfone, como se nada tivesse acontecido.”

O acusado foi procurado pela reportagem, inicialmente se mostrou disposto a dar sua versão, mas não enviou qualquer resposta até o fechamento da matéria.

Apoio e acompanhamento

As vítimas recebem acompanhamento psicológico e jurídico pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), comissões da OAB Araucária e do próprio Sesocepar.

Uma dirigente do Sesocepar, que acompanha o caso, afirmou:

“As trabalhadoras estão psicologicamente abaladas. Nosso papel é dar suporte para que não sejam silenciadas.”

A versão do Sismmar

Em nota oficial enviada ao GVPCom News, o Sismmar negou a prática de assédio e afirmou que sempre manteve diálogo com suas funcionárias. O sindicato declarou ainda que:

  • “Repudia qualquer tipo de prática de assédio moral.”
  • “O caso de assédio sexual foi prontamente acolhido e resultou no afastamento do dirigente acusado, que renunciou ao cargo.”
  • “O sindicato presta assistência médica adequada, custeando plano de saúde e realizando exames periódicos em suas funcionárias.”
  • “A reivindicação de pagamento do piso estadual foi acolhida e está em negociação quanto aos valores retroativos e equiparações.”
  • “As tentativas de acordo estão sendo discutidas tanto internamente quanto no Ministério Público do Trabalho.”

A diretoria do Sismmar também afirmou estranhar o fato do caso ter sido levado à mediação do MPT, já que — segundo a entidade — tratativas já vinham ocorrendo.


Matéria exclusiva GVPCom News – Redação Política

Reportagem: Marcello Sampaio

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