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Investigação emperrada esbarra em nomes do poder; só uma testemunha falta ser ouvida para a verdade vir à tona
Por Redação de Jornalismo Investigativo de Crimes Não Solucionados – GVPCom News / Tribuna da Cidade
Araucária, Região Metropolitana de Curitiba — A cidade vive dias de tensão desde que um dos criminosos mais temidos da região foi brutalmente executado na frente de dezenas de testemunhas. O assassinato de Jonatas Gauss Godoi, o “Feijão”, de 37 anos, ocorrido na madrugada de 1º de fevereiro de 2025, revelou muito mais do que um acerto de contas: escancarou uma rede de conluios entre traficantes, políticos, policiais e empresários que, até agora, vinha sendo tratada como “segredo de corredor” nos bastidores da segurança pública local.
Feijão foi alvejado com pelo menos dez tiros de pistola à queima-roupa ao sair da balada Barzin, localizada no coração da cidade. Os executores perguntaram se ele era o “Feijão” e, ao confirmar, foi caçado e abatido como numa operação militar. Tentou correr, mas caiu sem vida ao lado de uma árvore.

Queima de arquivo confirmada?
Fontes ouvidas pela equipe da GVPCom News afirmam com todas as letras: Feijão sabia demais. Conhecia os meandros da política local, os esquemas de corrupção, o funcionamento das máquinas caça-níqueis, o papel de policiais e guardas municipais como protetores de quadrilhas e, principalmente, quem eram os verdadeiros chefes da organização criminosa travestida de poder institucional.
“Era questão de tempo pra sumirem com ele. Mas os caras que mataram o Feijão iam ser apagados logo em seguida também. Só que o plano falhou. Tem testemunha viva e tem tubarão solto. E agora ninguém quer puxar esse fio”, contou uma das fontes da reportagem, sob anonimato.

PM diz estar de folga, mas aparece fardado
A versão oficial afirmava que um policial militar e um guarda municipal estavam “de folga” e “reagiram” ao atentado contra Feijão. Mas as câmeras de segurança contam outra história: o policial aparece fardado, saindo da frente de um carro estacionado e correndo em direção ao tiroteio. Por que estava uniformizado se estava fora de serviço? Por que exatamente na frente do carro de fuga dos executores? A presença fardada, e simultaneamente “informal”, levanta dúvidas gravíssimas sobre seu papel naquela noite: cúmplice, infiltrado, traído?

Ex-secretário visto na cena do crime
Lincoln Roberto Stygar, ex-secretário de Segurança de Araucária, também entrou no enredo macabro. Uma testemunha diz tê-lo visto passando de carro lentamente pela Rua Alfredo Parodi minutos após a execução. Aparentemente, ele queria confirmar que Feijão estava morto. Coincidência?

Stygar já havia sido denunciado pelo Ministério Público por falsidade ideológica e furto de provas, acusado de mobilizar guardas municipais para apagar imagens de uma festa com traficantes em 2023. Ele também foi preso em 2024 com munição ilegal durante uma operação do Gaeco — e se demitiu dias depois.
Dinheiro, política e tráfico
A teia vai ainda mais fundo. Feijão teria financiado a campanha de um vereador atualmente em exercício, segundo depoimentos. Além disso, dois empresários da noite, guardas municipais e policiais militares são citados em esquemas de tráfico, exploração de caça-níqueis e acobertamento de crimes. E não é coincidência que as máquinas ilegais estavam justamente no Barzin, onde Feijão tombou.
“Era o fim da linha. Mataram ele como bicho. Mas erraram no script, porque tem gente viva que viu tudo. Agora, só falta uma pessoa ser ouvida pra essa bomba explodir”, confidenciou uma fonte próxima às investigações.
Baleado no Terminal pode ser peça-chave
Pouco depois da execução, um homem baleado foi localizado no Terminal Angélica, a poucos metros do local do crime. A polícia acredita que ele era um dos envolvidos na execução e que, após o serviço, teria sido traído para ser eliminado. Mas sobreviveu. Está sob proteção e pode ser a última peça do quebra-cabeça.
E O CASO? ESTÁ PARADO.
Apesar da vasta rede de depoimentos, imagens, evidências e conexões políticas, nenhuma prisão de mandantes foi realizada. A Polícia Civil investiga, mas lentamente. O Ministério Público acompanha, mas sem estardalhaço. Nos bastidores, o que se comenta é: tem medo. Tem pressão. Tem proteção.
A única coisa que falta, segundo apurou a GVPCom News, é ouvir uma última testemunha-chave. Uma pessoa que presenciou os bastidores da morte e conhece os nomes por trás do comando.
“Se ela falar, tem vereador caindo. Tem PM preso. Tem empresário algemado. E tem político poderoso se explicando pra Justiça”, confidencia um dos promotores ouvidos pela nossa reportagem.
GVPCom News e Tribuna da Cidade seguirão em cima
A Equipe de Jornalismo Investigativo de Crimes Não Solucionados da GVPCom News e do Jornal Tribuna da Cidade segue acompanhando todos os desdobramentos desse caso que pode ser o maior escândalo policial e político da história recente de Araucária.
Pedimos às autoridades: protejam as testemunhas, avancem com as oitivas e rompam o silêncio.
A verdade está por um fio.
E só falta uma voz pra acender o rastilho.
DENÚNCIAS ANÔNIMAS
Se você tem informações sobre o caso Feijão, envie com segurança para a nossa equipe de investigação pelo WhatsApp profissional: (41) 3798-8651.
Jornalismo que investiga. Jornalismo que não cala.
GVPCom News – Redação Investigativa de Crimes Não Solucionados
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