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Por Marcello Sampaio – Jornalista Investigativo | GVPCOM News

Curitiba (PR) – A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu na manhã desta quinta-feira (5) cinco pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em fraudar aposentados do INSS com empréstimos consignados. A operação, que está em sua segunda fase, aconteceu simultaneamente nos municípios de Curitiba, Colombo, Campina Grande do Sul e Araucária, na Região Metropolitana da capital.

Segundo o delegado Emmanoel David, responsável pela investigação, os criminosos atraíam vítimas com a promessa de renegociar dívidas bancárias, mas, em vez disso, realizavam novos empréstimos em nome dos idosos, utilizando, inclusive, biometria facial indevidamente capturada.


Linha do tempo da operação

  • Final de 2024: Primeira fase da operação é deflagrada, com 12 prisões de pessoas ligadas a escritórios que simulavam renegociações de dívidas. A fraude foi descoberta após denúncias de aposentados que viram seus benefícios sendo descontados indevidamente.
  • Janeiro a Maio de 2025: PCPR dá continuidade às investigações, cruza dados de instituições financeiras e relatos de vítimas. Descobre-se que os escritórios operavam com biometria facial das vítimas e acesso irregular ao sistema de consignação do INSS.
  • 5 de Junho de 2025: Segunda fase da operação é executada, com o cumprimento de 12 ordens judiciais — sendo cinco prisões temporárias e sete mandados de busca e apreensão. Todos os presos foram capturados na cidade de Curitiba.

Depoimentos das vítimas

Dona Maria Eunice, 71 anos, moradora de Colombo, percebeu algo errado quando viu seu benefício de R$ 2.030 vir com apenas R$ 1.730 em janeiro. “Pensei que fosse erro do banco, mas me disseram que eu tinha feito um novo empréstimo. Nunca assinei nada. Foi um choque.”

Já o senhor José Raimundo, 68 anos, aposentado de Campina Grande do Sul, relatou à reportagem que começou a receber ligações de cobrança sem sequer saber do que se tratava. “Me disseram que eu devia R$ 4.000. Como, se eu nem saio de casa? Usaram minha identidade e até minha foto. Um verdadeiro crime.”

De acordo com a PCPR, os criminosos exploravam a vulnerabilidade digital dos idosos, manipulando-os em atendimentos presenciais disfarçados de consultorias ou atendimentos bancários, e coletavam dados para fraudes posteriores.


Prejuízo e perfil dos fraudadores

As vítimas, em sua maioria aposentados do INSS, tinham seus benefícios reduzidos em valores mensais entre R$ 200 e R$ 300, o que, para quem recebe cerca de R$ 2 mil, representa um impacto significativo no orçamento familiar.

Segundo as investigações, os fraudadores operavam com aparência de legalidade. Montavam escritórios com placas, sites e atendentes uniformizados, dando a falsa impressão de ser empresas credenciadas junto ao governo ou ao sistema bancário oficial.

Com as cinco novas prisões, o número de detidos desde o início da operação chegou a 17 pessoas. Todos os presos foram encaminhados ao sistema penitenciário e devem responder por crimes como estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha.


Operação continua

As investigações seguem em andamento. A Polícia Civil não descarta novas fases da operação, já que há indícios de que o golpe possa ter atingido centenas de aposentados em todo o estado.

A PCPR também solicita que vítimas ou familiares que perceberem descontos indevidos em benefícios do INSS entrem em contato imediatamente com a delegacia mais próxima ou através do canal de denúncias 181.


Atenção, aposentados!

  • Nunca forneça documentos a desconhecidos.
  • Desconfie de propostas de renegociação muito vantajosas.
  • Verifique com o banco qualquer movimentação suspeita no seu benefício.

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